
Objectivos
Este mestrado apresenta uma proposta de formação sociológica sobre a saúde e a doença que abrange vários aspectos: a medicalização das sociedades; as determinantes e representações sociais da saúde e da doença; o estudo das relações sociais entre profissionais e doentes em diferentes contextos terapêuticos; as influências, nacionais e internacionais, na definição das políticas no sistema de saúde português; a saúde mental e o indivíduo, a família e a comunidade; os novos desafios para a saúde pública (por exemplo, o sida, a gripe das aves, o reaparecimento da tuberculose, as novas formas de malária); as questões da saúde reprodutiva; e as novas formas de desigualdade e discriminação na relação dos indivíduos com os serviços de saúde.
O estudo de todos estes aspectos será feito tendo em consideração os processos globais de risco e de incerteza que têm moldado a experiência contemporânea de viver a saúde e a doença. Por um lado, os novos conhecimentos e tecnologias de diagnóstico e tratamento que se confrontam com o crescimento das doenças crónicas e degenerativas, de onde têm emergido novas formas de incapacitação e estigmatização, bem como novos dilemas e implicações éticos. Por outro lado, a complexidade acrescida da gestão da dor e da organização terapêutica dos cuidados continuados e paliativos, reclamando qualificações mais exigentes, capazes de reformular e inovar as competências de todos os agentes de saúde envolvidos. Também as novas formas de desigualdade e exclusão social na saúde são originadas pelo envelhecimento da população, pela pobreza, pela condição de género, pela etnicidade e pela desigual distribuição do conhecimento e acesso aos serviços de saúde.
Acresce ainda que apareceram novos agentes, recursos e orientações políticas, novas formas de contratualização na gestão da saúde das populações e novas tecnologias de comunicação e de informação que introduzem alterações significativas nas relações entre as profissões de saúde e os doentes. A estes movimentos não são de todo alheias as novas formas de protagonismo leigo que, por exemplo, estão na base do aumento significativo das associações dos doentes.
A concepção deste mestrado tem em linha de conta todos estes aspectos e estrutura-se a partir das necessidades de formação deles decorrente.
Destinatários
Podem candidatar-se a este mestrado todos os alunos com o 1.º ciclo de estudos universitários, seja qual for a sua origem disciplinar e a sua área de especialização.
Coordenação científica
Graça Carapinheiro
Comissão Executiva
Felismina Mendes
Luísa Ferreira da Silva
Equipa docente
Amélia Augusto, Universidade da Beira Interior
António Fernando Cascais, Universidade Nova de Lisboa
Bárbara Backström, Universidade Aberta
Cipriano Justo, Universidade Lusófona
Fátima Alves, Universidade Aberta
Felismina Mendes, Universidade de Évora
Gustavo Cardoso, ISCTE
Helena Serra, ISEG
Luísa Ferreira da Silva, Universidade Aberta
Madalena Matos, ISCTE
Noémia Lopes, Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz
Conferencistas a convidar
António Barbosa, Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa
Isabelle Baszanger, CNRS
Jonathan Gabe, Royal Holloway, University of London
José Carlos Marinho Falcão, Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge
Marc Renaud, Université de Montréal, Montréal Québec
Michael Bury, Royal Holloway, University of London
Mike Saks, University of Lincoln
Paul Atkinson, Cardiff University School of Social Sciences
Simon Williams, University of Warwick

Observações: Todas as unidades curriculares têm 6 ECTS, à excepção da dissertação/trabalho de projecto, que tem 48 ECTS.
* Optativa em sociologia da saúde e da doença – em cada semestre, os alunos deverão escolher duas de entre as seguintes:
1.º semestre: Desconstruindo a Saúde Mental; Saúde, Reprodução e Género; Saúde e Implicações Éticas; Medicamentos e Consumos Terapêuticos
2.º semestre: Saberes Leigos e Participação em Saúde; Comunicação em Saúde e Novas Tecnologias da Informação; Etnicidade, Migrações e Saúde; Novas Tecnologias Médicas: da Ansiedade à Dependência
Grau e diploma: Aos alunos que obtenham aproveitamento nas unidades curriculares do ciclo de estudos do Mestrado em Sociologia da Saúde e da Doença (120 ECTS) é atribuído o grau de mestre em Sociologia da Saúde e da Doença.
Aos alunos que obtenham aproveitamento nas unidades curriculares dos 1.º e 2.º semestres do primeiro ano do ciclo de estudos de mestrado, no total de 60 ECTS, é atribuído um diploma de Pós-Graduação em Sociologia da Saúde e da Doença.
Propina: 2.800 euros (pagável em 4 prestações).
Período de candidaturas: de 10 de Maio a 11 de Julho; 2.ª fase de 25 de Agosto a 10 de Setembro de 2008.
Vagas: 30.
Condições de acesso: Titulares de uma licenciatura ou equivalente legal, com um mínimo de 180 ECTS, ou, excepcionalmente, detentores de um currículo especialmente relevante reconhecido como atestando capacidade para a realização deste ciclo de estudos.
Contactos
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